quarta-feira, 20 de maio de 2009

Grito Silêncio da Alma



(...)

Injusto seria se eu te falasse apenas de certezas, e te cobrasse verdades que não me pertencem. O silêncio é o limite daquilo que nem toda sinceridade pode alcançar. Pode ser ponte ou abismo. Porque, por vezes, até o que nos é mais autêntico se confunde nas palavras que calamos por puro medo de perder. Como se pudéssemos perder o que nunca chegamos a ter . Há muito mais falta nesse dias em que não te escrevo. Nessas horas em que não te falo é quando mais me apercebo dessa ausência. A maior falta que sinto é daquilo que não nos aconteceu. Nosso pecado maior foi aquele que não cometemos. Queria poder te falar dessa saudade, mas é difícil falar de algo que grita silêncios dentro da gente. A boca se cala pra não sangrar palavras sem volta de um querer egoísta que não consegue mais ser completo no silêncio ou nas palavras... Queria poder encontrar um sentido nessa ausência que nos cerca. Nessa falta de nós mesmos. Um significado nas palavras que não ousamos pronunciar. Queria agora, na nudez do teu olhar, te mostrar o que meus lábios silenciam, e o que meu corpo calado teima em gritar. Queria, sem palavras, poder te fazer entender o que eu nunca entendi... Queria poder te ouvir no meu silêncio. Ir embora de mim pra poder permanecer em você.



Ana Beatriz Vasconcelos

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